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Há medicamentos inadequados para tratamento da Covid-19?

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Um médico santa-mariense, com 40 anos de experiência e que não quis ter o nome divulgado, reforça que a prescrição de anti-inflamatórios para pacientes com Covid, como tem sido feito por alguns colegas de profissão em Santa Maria, é um procedimento errado. Um dos que estariam sendo receitados indevidamente é o ibuprofeno. Segundo esse médico, os medicamentos para combater inflamações reduzem a chamada infiltração renal. Traduzindo: prejudicam o funcionamento dos rins, justamente num momento em que o doente mais precisa que esses órgãos estejam trabalhando bem.

- Até mesmo após cirurgias não é mais usado o anti-inflamatório por causa disso. E para um paciente com Covid, não deve ser usado também. O rim e o fígado são os órgãos mais importantes, que estejam funcionando bem nesse momento. Por isso, qualquer medicamento que prejudique a função renal e a hepática deve ser evitado. E uma dica importante: se estiver com Covid, tome muita água, no mínimo dois litros por dia. Isso é fundamental, além de procurar tratamento cedo e entrar com o coquetel cedo - comentou o médico.

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Ele também diz que os pacientes com Covid devem evitar qualquer medicamento com substâncias vasoconstritora, como descongestionamentos, que aumentam comprimem os vasos sanguíneos e podem aumentar a pressão arterial. O profissional também diz que remédios para dor, como dipirona, podem ser usados, mas com parcimônia.

Ele ressalta que, diante da falta de medicamentos eficazes para matar o coronavírus, é preciso usar medicamentos e técnicas que possam ter algum benefício, nem que seja mínimo ou até que não tenham efeitos positivos - desde que sejam seguros e não causem efeitos colaterais. Muitos desses remédios usados no coquetel são adotados com base em experiências empíricas (da observação da rotina médica), para combater efeitos maléficos provocados pela Covid, como inflamação generalizada ou coagulação do sangue. Até porque nenhum medicamento tem na bula que é indicado para Covid, já que seriam necessários anos de pesquisa.

- Vi, outro dia, uma frase que faz total sentido: prefiro estar vivo empiricamente do que cientificamente morto. Não dá tempo de esperar dois anos para que uma pesquisa científica comprove se um remédio funciona ou não para Covid. Nas guerras, os médicos tratavam do jeito que podiam. Vários avanços da Medicina surgiram nas guerras, pela necessidade urgente - afirmou o médico.

Thiego Cavalheiro, infectologista, defende que há um alerta para o não uso de remédios corticoides, principalmente nos primeiros dias de sintomas. 

- Não deve ser usado corticóide na fase inicial da doença, a menos que haja uma condição de exceção na apresentação clínica que é o broncoespasmo, situação somente verificada com a realização do exame médico - explica.

Além disso, ele ressalta a atenção dos pacientes para que não façam automedicação e que, em qualquer sintoma ou sinal de piora, procurem um profissional.

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